A Semana do Meio Ambiente, anualmente comemorada entre os dias 31 de maio e 5 de junho, foi criada pela Organização das Nações Unidas para potencializar a conscientização sobre assuntos ambientais.

O evento oficial deste ano, realizado pela ONU, acontece em Angola e tem como tema lutar pela vida selvagem, mais especificamente combatendo o tráfico de espécies e produtos derivados, responsável por levar animais e plantas à extinção e danificar o meio ambiente em todo o mundo.

Elaborada em um âmbito mundial, a campanha da ONU, chamada de Wild for Life, chama a atenção para espécies de animais ameaçadas pela caça, como elefantes, tigres, tartarugas marinhas e rinocerontes, em sua maioria, pela demanda por peles e marfins vendidos ilegalmente.

Outros motivos para a decadência no número dessas e de outras espécies são a devastação ambiental, as mudanças climáticas e mesmo a insegurança no cumprimento das leis ambientais.

Alguns fatos:

  • 100.000 elefantes africanos foram mortos entre 2010 e 2012, de uma população estimada em menos de 500.000.
  • A caça ilegal fez a população de elefantes das florestas cair em 2/3 durante o período de 2002 – 2011.
  • Uma quantidade estimada de 170 toneladas de marfim foi ilegalmente exportada da África entre 2009 e 2014.
  • Na África do Sul, a caça ilegal de rinocerontes aumentou em quase 90 vezes entre 2007 e 2015, de 13 rinocerontes mortos em 2007 para 1.175 rinocerontes mortos em 2015.
  • Os chimpanzés estão agora extintos na Gâmbia, em Burkina Faso, Benin e Togo.
  • 3.000 grandes primatas desaparecem do seu ambiente selvagem todos os anos; mais de 70% de todas as capturas de grandes primatas são orangotangos.
  • Com mais de um milhão de animais retirados da selva na década passada, os pangolins são o mamífero mais traficado em todo o mundo.
  • O comércio ilegal de vida selvagem rende 15-20 bilhões de dólares anuais, e é um dos maiores tráficos ilegais do mundo, comparado ao tráfico de drogas, armas e seres humanos.
  • Segundo a fundação The Thin Green Line, ao longo da última década, indivíduos associados ao tráfico ilegal de vida selvagem mataram 1.000 guardas florestais.
  • A pesca ilegal, não declarada e não regulada está estimada em 11-26 milhões de toneladas de peixe por ano, num valor que está entre os 10 e os 23 bilhões de dólares, causando o esgotamento das reservas de peixe, o aumento dos preços e a perda de meios de subsistência dos pescadores
  • 40% de todos os conflitos intra-estatais dos últimos 60 anos estiveram ligados a recursos naturais e mais de 80% dos principais conflitos armados dos últimos 50 anos ocorreram em zonas importantes para a biodiversidade.
  • Proteger os animais selvagens e os ecossistemas beneficiaria o turismo.
  • Penas mais pesadas para a caça ilegal e um sistema judicial mais ágil ajudaram o Nepal a alcançar um nível nulo de caça ao rinoceronte em 3 dos últimos 5 anos, permitindo à população de rinocerontes crescer 21%.  Existem agora 645 rinocerontes, em 2011 eram 534.
  • Em maio de 2015, a operação inter-continental Cobra III reuniu agências de países de origem, trânsito e destino, resultando em 139 detenções e mais de 247 capturas, que incluíram marfim de elefante, plantas medicinais, chifres de rinoceronte, pangolins e muitos mais.

(fonte: Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA)

No Brasil

Rico em biodiversidade, o Brasil tem muitas espécies vítimas da caça, pesca, extração e tráfico ilegais.

Aves são bastante visadas para a venda a colecionadores, enquanto grandes mamíferos sofrem com a devastação de seus habitats e a caça predatória.

Tapirus terrestris (6)

Anta (Tapirus terrestris), o maior mamífero terrestre brasileiro, uma espécie vulnerável, fotografada durante trabalho de pesquisa e levantamento de fauna realizado pela Cia Ambiental.

Em 2014, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) listou 1.173 táxons oficialmente reconhecidos como ameaçados de extinção, onde estão 110 mamíferos, 234 aves, 80 repteis, 41 anfíbios, 353 peixes ósseos (310 de água doce e 43 marinhos), 55 peixes cartilaginosos (54 marinhos e 1 de água doce), 1 peixe-bruxa e 299 invertebrados. São, no total, 448 espécies Vulneráveis (VU), 406 Em Perigo (EN), 318 Criticamente em Perigo (CR) e 1 Extinta na Natureza (EW).

Você pode conferir a lista detalhada aqui e aqui.

guara

Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), canídeo que consta na lista de espécies vulneráveis, também fotografado pela equipe da Cia Ambiental durante trabalhos de campo. O lobo-guará é vítima de atropelamentos, caçadores e da devastação de seu habitat.

O que você pode fazer?

Se informe! Busque informações sobre as espécies que habitam sua região e não consuma produtos que possam ter vindo de atividades ilegais.

Ajude o governo e as comunidades a combater o tráfico ilegal de espécies.

Respeite a lei não praticando caça, pesca ou extração ilegal de plantas.

Caso presencie essas atividades ilegais, denuncie!

Passe adiante informações sobre a ilegalidade dessas atividades e sobre como denunciá-las.

Preserve o meio ambiente!